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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

RESENHA:

A CULPA É DAS ESTRELAS
por Charles Nascimento

Então, depois de nove dias de intensa leitura finalmente cheguei ao clímax do que posso chamar de o romance da década, será que estou exagerando ou algo assim? No meu ponto de vista não, confesso que quando vi post’s e comentários com respeito ao livro fiquei me perguntando se de fato, seria aquilo tudo mesmo e querem saber a conclusão que eu tirei desse livro? Ele é simplesmente S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.


John Green (o autor) de forma poética, romântica e inteligente soube, de fato, retratar a realidade de pacientes terminais, pessoas que convivem com o câncer, mas pensam, sonham e ambicionam. A morte não foi tratada como o TABU da história embora o final venha comover a gregos e troianos, sim John Green trabalhou dez anos nesse projeto, mas posso afirmar que ele desempenhou muito, muito bem a sua função como autor, ele é inteligente e soube passar isso em diversas partes do livro por meio da sua Hazel Grace, uma personagem tão complexa, abstrusa e intricada como o título do livro que provém nada mais nada menos de uma frase de William Shakespeare: “A culpa, caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos subordinados”.

Hazel é uma paciente terminal, tem dezesseis anos, câncer de tireoide e como ela mesmo diz: “com uma respeitável colônia satélite há muito tempo instalada nos pulmões” e por conta disso ela é obrigada a usar uma cânula com um cilindro de oxigênio carinhosamente apelidado de Felipe, Hazel é inteligente como já dito e tem uma fissura pelo livro Uma aflição Imperial escrito pelo autor Peter Van Houten um homem um tanto quanto singular que não cabe a mim descrevê-lo, somente com auxílio da leitura e da completa descrição de John Green que podemos de fato conhece-lo e entende-lo, mas voltando a Hazel ela por diversas vezes fala da vida, do câncer e da morte como algo intrigantemente astuto, ela obrigada a participar de um Grupo de Apoio a Crianças com Câncer acaba conhecendo Augustus Waters ou para os íntimos Gus, um ex-jogador de basquete bonito e com incríveis e invejáveis olhos azuis, um rapaz metafórico que usa como adereço um cigarro apagado na boca:
- Eles não matam se você não acender. E eu nunca acendi nenhum. É uma metáfora. Tipo: você coloca a coisa que mata entre os dentes, mas não dá a ela o poder de completar o serviço.


Gus determina seu comportamento com base nas ressonâncias metafóricas, como Hazel diz e daí acaba surgindo um grande amor entre os dois que vai parar em Amsterdã. Sim, Hazel está disposta juntamente com Gus a descobrir o final do livro Uma aflição Imperial que Peter Van Houten escreveu, mas não deu um FIM aos personagens e só você lendo para ter ideia de quão intrigante é a história de Ana e do Homem das Tulipas Holandês, John Green conseguiu escrever um livro fazendo com que o leitor se prenda a outro livro (dentro da história) algo que só uma boa cabeça pensante consegue fazer e ele conseguiu magistralmente.
Em Amsterdã Gus e Hazel consumam seu amor finalmente se declarando e tomando estrelas (champanha), o primeiro beijo acontece na Casa de Anne Frank sendo aplaudido pelos visitantes, depois de serem escorraçados pelo Van Houten que nada mais é que um beberrão patético, até então idealizado por Hazel como um sujeito de extrema inteligência e delicadeza. Mas como nem tudo são flores, como também não é só espinhos: Em Amsterdã eles vivem momentos felizes, tristes e após a viagem tudo muda radicalmente.


Mas a história de A Culpa é das Estrelas não para por ai, tem o Isaac o amigo do Gus que tem um estranho câncer ocular que o obrigou a retirar um dos seus olhos quando pequeno e que por conta disso precisa usar óculos fundo de garrafa, ele namora Mônica uma moça bonita, mas a vida desse menino canceroso também não será fácil, mas nem por isso um mar de lágrimas, Isaac, Gus e Hazel dão um tom de comédia nessa história que tinha tudo para ser somente mais um romance de pessoas terminais.

A leitura de A Culpa é das Estrelas te faz pensar, se você estiver acostumado com livros clichês e histórias água com açúcar levará um susto no primeiro momento, pois John Green escreve nas entrelinhas, ou seja, nem tudo que está escrito será assimilado, mas tudo será de proveito, ele escreve em tom metafórico como Augustus é ele escreve para os Nerd´s como Hazel é (embora isso não fique exposto nas páginas do livro) enfim, A Culpa é das Estrelas é sem dúvida o livro do ano no quesito “tudo” história, romance, escrita.

JOHN GREEN
(O espetacular autor)



John Green, autor premiado e best-seller do The New York Times, é formado em língua inglesa e estudos religiosos pelo Kenyon College, em Ohio. Nasceu em 1977 em Indiana, onde vive com a mulher e o filho, e ao longo dos anos morou em Nova York, Illinois, Michigan, Flórida e Alabama. Atuou como redator na National Public Radio em Chicaco, foi editor assistente e de produção da revista de resenhas literárias Booklist e assinou críticas de livros para o The New York Times. Personalidade ativa na internet, além do próprio blog, do Twitter e do canal do YouTube Vlogbrothers, John coapresenta os vídeos do projeto “Crash Courses”: canal on-line com aulas gratuitas de história e biologia. Ele autografou todos os 150 mil exemplares da primeira tiragem de A culpa é das estrelas nos Estados Unidos.

Divulguem!
Até a próxima, abraços!

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