A CULPA É DAS ESTRELAS
por Charles Nascimento
Então, depois de nove dias de
intensa leitura finalmente cheguei ao clímax do que posso chamar de o romance
da década, será que estou exagerando ou algo assim? No meu ponto de vista não,
confesso que quando vi post’s e comentários com respeito ao livro fiquei me
perguntando se de fato, seria aquilo tudo mesmo e querem saber a conclusão que
eu tirei desse livro? Ele é simplesmente S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.
John Green (o autor) de forma poética,
romântica e inteligente soube, de fato, retratar a realidade de pacientes
terminais, pessoas que convivem com o câncer, mas pensam, sonham e ambicionam. A
morte não foi tratada como o TABU da história embora o final venha comover a gregos
e troianos, sim John Green trabalhou dez anos nesse projeto, mas posso afirmar
que ele desempenhou muito, muito bem a sua função como autor, ele é inteligente
e soube passar isso em diversas partes do livro por meio da sua Hazel Grace,
uma personagem tão complexa, abstrusa e intricada como o título do livro que
provém nada mais nada menos de uma frase de William Shakespeare: “A culpa, caro
Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos subordinados”.
Hazel é uma paciente terminal,
tem dezesseis anos, câncer de tireoide e como ela mesmo diz: “com uma
respeitável colônia satélite há muito tempo instalada nos pulmões” e por conta
disso ela é obrigada a usar uma cânula com um cilindro de oxigênio carinhosamente
apelidado de Felipe, Hazel é inteligente como já dito e tem uma fissura pelo
livro Uma aflição Imperial escrito pelo autor Peter Van Houten um homem um
tanto quanto singular que não cabe a mim descrevê-lo, somente com auxílio da
leitura e da completa descrição de John Green que podemos de fato conhece-lo e entende-lo,
mas voltando a Hazel ela por diversas vezes fala da vida, do câncer e da morte
como algo intrigantemente astuto, ela obrigada a participar de um Grupo de
Apoio a Crianças com Câncer acaba conhecendo Augustus Waters ou para os íntimos
Gus, um ex-jogador de basquete bonito e com incríveis e invejáveis olhos azuis,
um rapaz metafórico que usa como adereço um cigarro apagado na boca:
- Eles não matam se você não
acender. E eu nunca acendi nenhum. É uma metáfora. Tipo: você coloca a coisa
que mata entre os dentes, mas não dá a ela o poder de completar o serviço.
Gus determina seu comportamento
com base nas ressonâncias metafóricas, como Hazel diz e daí acaba surgindo um
grande amor entre os dois que vai parar em Amsterdã. Sim, Hazel está disposta
juntamente com Gus a descobrir o final do livro Uma aflição Imperial que Peter
Van Houten escreveu, mas não deu um FIM aos personagens e só você lendo para
ter ideia de quão intrigante é a história de Ana e do Homem das Tulipas Holandês,
John Green conseguiu escrever um livro fazendo com que o leitor se prenda a
outro livro (dentro da história) algo que só uma boa cabeça pensante consegue
fazer e ele conseguiu magistralmente.
Em Amsterdã Gus e Hazel consumam
seu amor finalmente se declarando e tomando estrelas (champanha), o primeiro
beijo acontece na Casa de Anne Frank sendo aplaudido pelos visitantes, depois
de serem escorraçados pelo Van Houten que nada mais é que um beberrão patético,
até então idealizado por Hazel como um sujeito de extrema inteligência e delicadeza.
Mas como nem tudo são flores, como também não é só espinhos: Em Amsterdã eles
vivem momentos felizes, tristes e após a viagem tudo muda radicalmente.
Mas a história de A Culpa é das
Estrelas não para por ai, tem o Isaac o amigo do Gus que tem um estranho câncer
ocular que o obrigou a retirar um dos seus olhos quando pequeno e que por conta
disso precisa usar óculos fundo de garrafa, ele namora Mônica uma moça bonita,
mas a vida desse menino canceroso também não será fácil, mas nem por isso um
mar de lágrimas, Isaac, Gus e Hazel dão um tom de comédia nessa história que
tinha tudo para ser somente mais um romance de pessoas terminais.
A leitura de A Culpa é das
Estrelas te faz pensar, se você estiver acostumado com livros clichês e
histórias água com açúcar levará um susto no primeiro momento, pois John Green
escreve nas entrelinhas, ou seja, nem tudo que está escrito será assimilado,
mas tudo será de proveito, ele escreve em tom metafórico como Augustus é ele
escreve para os Nerd´s como Hazel é (embora isso não fique exposto nas páginas
do livro) enfim, A Culpa é das Estrelas é sem dúvida o livro do ano no quesito “tudo”
história, romance, escrita.
JOHN GREEN
(O espetacular autor)
John Green, autor premiado e
best-seller do The New York Times, é formado em língua inglesa e estudos
religiosos pelo Kenyon College, em Ohio. Nasceu em 1977 em Indiana, onde vive
com a mulher e o filho, e ao longo dos anos morou em Nova York, Illinois, Michigan,
Flórida e Alabama. Atuou como redator na National Public Radio em Chicaco, foi
editor assistente e de produção da revista de resenhas literárias Booklist e
assinou críticas de livros para o The New York Times. Personalidade ativa na
internet, além do próprio blog, do Twitter e do canal do YouTube Vlogbrothers,
John coapresenta os vídeos do projeto “Crash Courses”: canal on-line com aulas
gratuitas de história e biologia. Ele autografou todos os 150 mil exemplares da
primeira tiragem de A culpa é das estrelas nos Estados Unidos.
Divulguem!
Até a próxima, abraços!
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