Sabe aquele livro que você começa a ler e não consegue mais
se desgrudar dele até chegar à última página e quando enfim você encerra a
leitura fica com o livro suspenso nas mãos, olhando para o nada... Esperando de
alguma forma absorver que tudo aquilo que acabou de ler não é real e que você
terá que se despedir de todas aquelas pessoas criadas por uma mente brilhante? Pois
é, foi assim que eu me senti, quando encerrei a leitura de Belleville do Felipe
Colbert.
Editora: Novo Conceito
Selo: Novas Páginas
Páginas: 301
Sinopse: Se pudesse, Lucius aterrissaria em
1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De
quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles
resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos
olhos que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício...
Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia
uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se
mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui
para uma irresistível paixão – e para um pedido de socorro...

Falando sobre a história, fiquei impressionado como tudo se
desenvolve sem tropeços, sem erros, tudo funciona harmoniosamente e realmente
parece que eu estava em Campos do Jordão tanto em 1964 quanto 2014.
Felipe é um verdadeiro maestro na arte de contar história
(pelo menos essa que eu li *--*) nada acontece por acaso, podemos usar como
exemplo o nome da protagonista Anabelle e o nome da montanha russa Belleville
que sempre fora o sonho do seu pai em construir.
No começo do livro isso parece apenas um sonho bobo de um
senhor que queria agradar a filha com um brinquedo, mas no decorrer da leitura
você vai ficando cada vez mais envolvido pelo sonho do pai de Anabelle bem como
com a determinação de Lucius em construí-la.
Personagens secundários tem uma participação pequena, porém
fundamental na história, como o pai de Lucius, o professor de física Miranda e
alguns colegas de classe do rapaz solitário...
Algumas músicas da época são colocadas na história e
escutá-las durante a leitura (pelo menos para mim foi essencial para entrar no
mundo de Anabelle).
E que mundo!
Felipe Colbert dosou magistralmente a parte drama / romance.
Mas, chega de rasgação de seda... Eu achei que o livro deixou
a desejar um pouquinho na parte do humor, tá certo que é um drama, um romance,
mas acho que uma dose pequenininha iria cair muito bem à história.
Mas, isso não invalida a qualidade do livro que é excelente!

Gostou?
Então não perde tempo e vai logo comprar o seu...
Abraços com letras, Cnascimento J
Abraços com letras, Cnascimento J
O blogueiro:
Charles Nascimento - escritor caótico autor do livro ETERNO, sem qualquer compromisso com datas, odeia relógio e horários marcados aspirante a jornalista ou quem sabe enfermeiro, dividido por natureza, técnico em enfermagem nas horas vagas, odeia pessoas cem por cento decididas, afinal a dúvida faz parte da natureza humana. Amante de tudo que lhe faz culto, leitor voraz (claro) e apreciador (admirador) de tudo que Clarice Lispector escreveu, em tempos vagos prefere o silêncio do quarto e o som de curtas-metragens, ama um documentário e dorme enquanto assiste entrevistas de grandes pensadores, ouvir pessoas inteligentes a falar é sua principal motivação para continuar, amigos pra mim tem que ser mente aberta, odeia qualquer forma de preconceito ou discriminação, ditadura? Só em livros de história... Prazer, eu!
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