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domingo, 27 de julho de 2014

SLN etapa BRASÍLIA


A partir do dia 17 de Julho de 2014 teve inicio a Semana do Livro Nacional, a etapa Brasília ocorreu no dia 26 de na livraria Cultura do Shopping Casa Park, o mega evento contou com a participação de autores locais, todos residentes na Capital:

Marcos Linhares autor de ‘Não Existe Crime Perfeito’ entre outros foi o mediador do evento, que contou ainda com: Charles Nascimento, Elaine Elesbão, Flávio Vieira, Patrícia Colmenero, Rayanne Oliveira, Robson dos Reis e Vivianne Fair.

Para a surpresa de todos os presentes, o Evento ainda trouxe a juvenilidade dos autores mirins:
Anna Rubi, Henrique Souza Moraes, Maria Eduarda Diniz e Nur Nidale Karajá.

Anna Rubi (com o microfone) é autora de As Aventuras do Calango Tango com apenas sete anos de idade

O evento que teve inicio as 14:00 horas com apresentação dos organizadores Luciano Vellasco (do blog Academia Literária) e Jessica Rodrigues (do blog Leitora Sempre) explicando a origem do evento e de como os blogs tiveram uma influência marcante no atual cenário da Literatura Nacional, ajudando muito os novos autores.

O primeiro bloco do Evento foi composto pela presença das crianças em uma entrevista mega descontraída com o mediador Marcos Linhares que soube levar os bate papos com maestria, risadas eram constantes na plateia que tiveram a oportunidade de fazer perguntas e ganhar brindes, lindos brindes.
O tema do primeiro bloco foi: A importância da leitura na base educacional. 

O segundo bloco falando sobre a ascensão da literatura fantástica brasileira, contou com os autores do gênero: Flávio Vieira, Vivianne Fair e Rayanne Oliveira que relataram suas experiências, como o mercado tratam autores do gênero e como está sendo a recepção do publico quanto ao gênero totalmente nacional, foi uma conversa incrivelmente incrível ~ virei fã da Vivianne Fair e dos seus maravilhosos desenhos.
Flávio Vieira é autor de A Rebelião das Almas pela Novo Século Editora

Por fim o terceiro bloco falou sobre Os caminhos da literatura contemporânea para isso foi convidados ao palco: Charles Nascimento, Elaine Elesbão, Patrícia Colmenero e Robson dos Reis.
Todos os autores do terceiro bloco
Esses relataram suas experiências pessoais quanto a literatura, como se deu o processo de escrita de seus livros e falando da parte prática: a importância de uma boa capa, de uma excelente diagramação e de como é importante um texto a altura, bem preparado, Elaine Elesbão deu um verdadeiro show com as palavras explicando sobre seu estilo em sua literatura hot (em conversa de bastidores, ficamos sabendo que ela tem prazer em colocar cenários totalmente nacionais em suas obras, trazendo uma identidade ao livro e desmistificando o conceito de que as pessoas só gostam de livros estrangeiros) foi em off também que fiquei conhecendo um pouquinho mais da linda Patrícia Colmenero, ela é super fã de Clarice Lispector e tem um jeito único de escrever, precisando explorar suas próprias vivencias para poder expor em papel suas história, ela é autora de PORQUE ATÉ A MORTE TEREI FOME que ganhei de presente *----*.
E essa capa? Perfeita <3
Marcador da Academia Literária
Lindo livro presente diga-se de passagem com uma dedicatória incrivelmente bela, conversa vai conversa vem o evento foi se transformando em algo majestoso, fiquei super feliz com a recepção que o público teve com o meu livro ETERNO e fiquei impressionado como pessoas de diferentes idades chegaram até minha pessoa em busca de um autografo, isso só deixou claro que literatura não tem idade, não importa se ela é infanto-juvenil, jovem adulto ou adulto, uma boa história cativa a gregos e troianos.

A presença de Hellen Suzanne, leitora querida do meu blog foi a cereja do bolo em um evento tão especial, (Hellen, super obrigado pela compra do livro e espero que tenha gostado do autografo, sua presença foi de extrema importância).
Com Hellen Suzanne
Ah, não posso me esquecer, entre os blocos do Evento tivemos uma surpresa preparada pelo mediador Marcos Linhares, a batalha de rimas, com MC’s que deixou todo mundo ainda mais descontraído.
O que dizer de um evento como esse? #Perfeito.

Gostaria muito de parabenizar os organizadores, obrigado pelo convite que recebi de estar presente e continuem sendo essa luz brilhante para nós jovens autores.

Querem mais fotos do Evento? Segue algumas exclusivas para você leitor do Charles Letrando ^^
Com o mediador do evento, Marcos Linhares
Com a também autora Vivianne Fair


Com a Jessica Rodrigues do blog Leitora Sempre

Com a também autora Patrícia Colmenero

Com o autor de Tempo de Papel, Robson dos Reis

Espero que tenham gostado do post pessoal.

Obrigado e até breve!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

vem aí... CRISÁLIDA - amores que transformam

Boa tarde mundo!
Querem uma boa notícia para essa quinta feira? Bem, eu estou com rinite alérgica e tenho que trabalhar logo mais a noite ~ risos ~ tudo bem, essas não são o tipo de boas notícias que costumo dar as pessoas, bem amanhã dia 25/07 haverá o lançamento de CRISÁLIDA - Amores que transformam <3

E eu tenho em mãos, graças a uma das autoras participantes da antologia, o release do livro + A belíssima capa, então o que acha de embarcar comigo nessa antologia que estará disponível gratuitamente na plataforma Widbook a partir de amanhã?

Crisálida foi um projeto criado pelas autoras Lycia Barros e Janaina Vieira em parceria com o site de leitura widbook.com, que agora chega com força ao mercado literário nacional e já possui site em português.

Trata-se de uma Obra que contém 13 contos com o tema: Amor como força transformadora. 

Participam do livro:
Lycia Barros, Janaína Vieira, Cristiane Broca, Adriana Ramiro, Samanta Holtz, Graciela Mayrink, Marina Carvalho, Fernanda França, Bianca Carvalho, Eliane Raye, Janaína Michalski, Leila Rego e a Tammy Luciano.

O livro sairá somente em formato digital, para ser lido diretamente na plataforma do Widbook a partir do dia 25 de Julho.

Segundo a autora Cristiane Broca: "Foi uma forma que encontramos de presentear nossos leitores nesta data tão especial em que se comemora o dia do escritor". 



O amor é uma das grandes forças capazes de transformar o mundo, desde sempre. Desde o começo de tudo. Porém, muitas vezes, os seres humanos não se dão conta disso e podem até desperdiçar esse sentimento tão belo, trocando-o por futilidades ou por situações ilusórias, que não têm absolutamente nenhuma importância real em sua busca pela felicidade. Isso acontece o tempo todo...

Por isso, as escritoras aqui reunidas se propõem a falar do amor que é verdadeiramente sentido e vivido, e justamente por isso inteiramente capaz de transformar... Sendo a crisálida o estágio de transformação da lagarta em borboleta — ou seja, em pura e encantadora beleza —, aqui o amor é igualmente descrito como o agente capaz de transformar o mal em bem, o desamor em amor, a solidão em companhia, a escuridão em luz.

Sendo assim, em parceria com o Widbook, as autoras estão publicando esse livro para que seja lido gratuitamente por todos aqueles que desejarem, bastando para isso apenas acessar o portal do Widbook a partir de 25 de julho, Dia do Escritor, e mergulhar na leitura! Dessa forma, os leitores poderão se emocionar e se encantar com as histórias narradas, que reúnem as maravilhas e alegrias que fazem do advento do amor uma das forças mais completas e poderosas da existência humana.

Um detalhe de grande importância: todas são autoras nacionais, com muito orgulho e talento verdadeiro. E que acima de tudo desejam que sua obra seja lida, conhecida e reconhecida por aqueles que são o objeto maior de qualquer escritor: os leitores!

Ficaram ansiosos?
Então sente só o que vem por aí...

Quot do conto da autora SAMANTA HOLTZ
Quot do conto "Marcas do Passado", da autora CRISTIANE BROCA que é uma história sobre alguém que, por mágoa, acaba se tornando quem não é e precisa de muito amor e paciência para esquecer o passado e se transformar em alguém melhor.
Quot do conto da autora FERNANDA FRANÇA
Fico por aqui e espero que tenham gostado da novidade...
Abraços com letras pessoal :D

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Especial ETERNO um livro de sonhos...

Parte I

Para que conhece minha ‘curta biografia’ como escritor sabe dos altos e baixos que passei até ver em mãos o meu primeiro livro que pediu para ser chamado de Eterno, para quem não conhece, tentarei resumi-la da melhor forma possível. Esse é um especial para você que ainda não leu meu livro e pretende lê-lo e para você que já leu e quer descobrir o que há por trás da história da Camila e do Miguel nosso casal protagonista...

Primeiramente, a ideia do meu livro surgiu no dia 11 de setembro de 2013 durante uma aula de Nefrologia que eu estava tendo.

A ideia nasceu durante uma aula...
Durante a aula falávamos sobre “Doença renal crônica” e me veio à ideia de colocar como protagonista uma personagem que tivesse tal moléstia, até ai eram somente ideias, devaneios que passavam em minha cabeça, mas eis que durante um dos dias de estágio eu conheci uma paciente (em torno dos seus dezoito/dezenove anos que era portadora de DRC e foi então que houve o boom em minha cabeça, como deveria ser difícil para aquela jovem ter que passar por quatro sessões de hemodiálise durante a semana, ela não podia frequentar uma escola normal, amigos deveriam ser poucos, dadas às restrições que a doença lhe colocava, enfim as duvidas foram nascendo em minha cabeça ao mesmo tempo em que a sinopse começava a ganhar forma). O segundo passo depois disso foi me aprofundar no tema “renal” estudar tudo que eu podia ler e ler mais um pouco e ler de novo, as aulas de nefrologia me serviam como um workshop onde eu podia tirar as dúvidas de que necessitava ter ao meu lado uma paciente portadora da doença foi outro ponto positivo.

O segundo passo foi estudar sobre a doença.
Numa dessas sessões de estudo eu fiquei conhecendo a doença que a personagem enfim teria “Doença renal policística autossômica recessiva”, bem a parte “doença” da história estava pronta, sintomas estudados, formas e tudo mais, mas como transformar isso em um romance?
Foi quando eu li (não me lembro de onde) a frase de Carlos Drummond de Andrade que deu sentido a história: “Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que petrifica e nenhuma força jamais a resgata”.

A frase que fez todo sentido na escolha do tema do livro
Com a frase escrita e os detalhes da história prontos, era preciso escolher um tema, (sou desses, que só consegue escrever uma história depois do tema ter sido escolhido, me julguem sociedade) de início a história se chamaria: FOI AMOR – EM UMA FRAÇÃO DE SEGUNDO. Não, não era esse o tema que a história me pedia e eu continuei em busca dele até que em determinado ponto me veio o “Heureca” e a história sem título ganhou o tema de “Eterno”.

Tudo pronto, vamos escrever?

Espera, e o nome dos personagens? Foi então que surgiu pela primeira vez na sinopse MARINA e RENATO, o casal protagonista.

Marina foi a primeira escolha para o nome da protagonista
Só que Camila não gostaria de ser chamada Marina, se é que vocês me entendem e foi logo no dia seguinte que a personagem finalmente ganhou seu nome definitivo (após 24 horas queimando meus neurônios pensando em como ‘batizá-la’), Renato então virou Henrique.

Camila e Henrique. 
Mas, ainda não eram esses nomes...
Mas, ainda não estava bom (Renato/ Henrique não eram o tipo de nome que eu procurava para o perfil do meu protagonista, foi então que do nada me veio MIGUEL e a luz pairou sobre as páginas rabiscadas de minha sinopse).

Todo esse processo levou 10 dias (tempo curto, devo notar).
No dia 21 de setembro de 2013 eu colocava a primeira letra no arquivo Word que mais tarde se transformaria no meu primeiro livro publicado.

Datas retratando o período de escrita
Escreve, escreve, escreve... 11 páginas todo santo dia (eu estava desempregado, só fazia o estágio três vezes na semana pela manhã, então eu estava, digamos que com um tempinho a mais), apaga aqui, envia para a Ana de lá (ela foi minha leitora beta que acompanhou todo o processo primeiramente, antes que todos) ela aprovava aqui, dizia que não gostou de algo aí e assim quinze dias depois, no dia 06 de outubro de 2013 eu estava colocando o ponto final em Eterno.

Ehhhhhh.

A comemoração durou pouco, pois agora eu precisava começar o período mais dificultoso na vida de um escritor “a lapidação” eu tinha um diamante bruto nas mãos e precisava fazer dele uma joia atraente e depois de alguns dias descansando a cabeça do universo Camila/Miguel, no dia 19 de outubro eu comecei o processo de lapidação das 15 primeiras páginas do livro...

Como eu organizava o processo de lapidação
E a cada novo dia que se passava mais páginas ia passando pela minha vistoria critica, lendo, relendo, colocando uma pontuação aqui outra acolá, cortando cenas, acrescentando diálogos, colocando a narração nos eixos, tapando buracos que havia ficado no percurso...

O que precisava mudar no original...
Dia: 03 de novembro de 2013 o processo havia sido finalizado.
O livro estava enfim pronto para ser dirigido as editoras... Só que não!

Eu precisava fazer a sinopse + texto da orelha + argumento + release + biografia + texto que iria na quarta capa, enfim o processo pequeno, não menos importante que o livro, aliás, esses pequenos textos foram os mais difíceis por terem um numero de caracteres exato.

Busquei então ajuda em um canal literário no youtube chamado PAPO LITERÁRIO com a autora Lycia Barros (que mesmo sem saber me ensinou tudo que eu precisava para escrever um livro e que me incentivou quando tivemos a oportunidade de bater um papo em um evento magnífico em Brasília, onde a mesma autografou os primeiros dois livros da minha estante *---*) ela é linda, mas vamos ao que interessa depois de assistir umas trezentas vezes o vídeo em que ela fala sobre sinopses e ensina as funções, o que são releases, como fazer e proceder eu coloquei todas as dicas no papel e voltei para a minha sinopse e algum tempo depois ela finalmente estava pronta!

Era necessário estudar sobre Sinopses. E assim eu fiz.
Dezembro de 2013!

Hora de procurar uma editora que publicasse meu livro... Novo Século, Novo Conceito, Rocco, Intrínseca, Editora Record, Ágape, Pandorga, não houve sequer uma editora do ramo “literatura nacional romance” que eu não tenha mandado minha sinopse, respostas? Houve sim, propostas? Também, 15.000 / 17.000 / 7.000 reais para a primeira publicação.

Tudo bem deve ser uma pegadinha eu pensava e continuava a mandar a sinopse...
Respostas negativas, pensamentos negativos, vontade de jogar tudo para o alto, tudo isso esteve presente durante esse processo.

E eis que no dia 18/03/2014 as 15h08min da tarde eu recebo o seguinte e-mail em meu celular:
Caro Charles.
Seja bem vindo! A Multifoco aprovou seu original para a publicação.

O e-mail de aprovação
Senti vontade de sair no meio da rua gritando como um louco, entretanto, eu me contive e fiquei ponderando se eles iriam me cobrar mais tantos mil para publicar, logo que cheguei em casa fui direto ligando 021 25... E lá estava eu combinando os detalhes com respeito ao meu primeiro contrato com uma editora...
Fechamos o acordo e começou mais uma sequencia de fatos:
Escolha da Capa, Revisão de texto, Escolha de marcadores, Evento de Lançamento...
E toda a pompa que um autor tem direito, no dia do lançamento eu estava assim...

Fotos do Lançamento CLIQUE AQUI

Bom pessoal desculpe pelo enorme texto, mas é isso ai a segunda parte do especial eu conto como anda minha vida como escritor desde então, novos projetos, sonhos que eu pude realizar e eventos que virão além de sonhos muitos sonhos que eu ainda tenho...


Beijão para todos!

domingo, 20 de julho de 2014

Mineirinho de Clarice Lispector



É engraçado como os textos, crônicas, contos de Clarice vem me chamando à atenção a cada dia que passa, ela tem um jeito único de escrever e por mais leigo que a pessoa seja no assunto ele sabe disso, Clarice Lispector era uma escritora que odiava ser vista através do rótulo “autora” ela nunca assumiu ser “escritora” porque ela “só escrevia quando queria” ela não era uma profissional e fazia questão de não ser, Clarice era aquela que em entrevista a Júlio Lerner acendeu um cigarro e continuou a falar, o ato poderia muito bem soar como esnobe, mas não, ela estava sendo somente ela mesma.

Clarice era uma mulher de autenticidade, ela não queria se parecer com ninguém, Ela fazia e falava às coisas que vinham do mais profundo dela mesma, “quando escrevo para adultos eu estou me comunicando com o mais secreto dela mesma” quem foi essa mulher? Aquela que na única entrevista que concedeu a TV se recusou a falar o nome da sua personagem do livro que acabara de escrever, mas não se importou em contar o final... Ah Clarice, linhas me faltam para descrever porque você me chama tanto a atenção, porque você é minha maior fonte de inspiração e porque eu amo tanto ler e refletir os seus textos, um dia ainda chegarei a um por cento de sua genialidade e se assim conseguir serei o homem, escritor mais feliz do mundo.




Domingo, 20 de Julho de 2014, bem, nesse momento eu queria está na rua sabe? Batendo perna por ai, jogando conversa fora ou na praça de alimentação de algum shopping com alguns amigos ou comprando livros novos *---* mas como estou cansado e sem dinheiro resolvi fazer uma postagem nova para o blog, e enquanto reassistia pela enésima vez a entrevista que Clarice Lispector concedeu a TV decidi apresentar a vocês que só conhece Clarice pelas frases do facebook uma crônica que ela escreveu, geniosa, maravilhosa e qualquer outro adjetivo que a possa descrever:

“Mineirinho”

“Eu não me lembro muito bem, já foi a bastante tempo. Alguma coisa assim: o primeiro tiro o espanto, o segundo tiro num sei o que, terceiro tiro coisa, o décimo segundo me atinge e o décimo terceiro sou eu. Eu era... Transformei-me em Mineirinho mascarado pela polícia. Qualquer que tivesse sido o crime dele uma bala bastava o resto era vontade de matar, era prepotência”.
Clarice Lispector, sobre Mineirinho, em entrevista a Júlio Lerner.


Divirtam-se com esse espetáculo de letras e até a próxima pessoal.
Bom domingo a todos, beijos com letras... #Fui


É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo pro­curar por que está doendo a morte de um facínora. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irre­dutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perple­xidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e, no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.

 
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.

Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.

Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais.

Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos.

Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais — vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu - que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva.

Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. Como não amá-lo, se ele viveu até o décimo-terceiro tiro o que eu dormia? Sua assustada violência. Sua violência inocente — não nas consequências, mas em si inocente como a de um filho de quem o pai não tomou conta.

Tudo o que nele foi violência é em nós furtivo, e um evita o olhar do outro para não corrermos o risco de nos entendermos. Para que a casa não estre­meça.

A violência rebentada em Mineirinho que só outra mão de homem, a mão da esperança, pousando sobre sua cabeça aturdida e doente, poderia aplacar e fazer com que seus olhos surpreendidos se erguessem e enfim se enchessem de lágrimas. Só depois que um homem é encontrado inerte no chão, sem o gorro e sem os sapatos, vejo que esqueci de lhe ter dito: também eu.

Eu não quero esta casa. Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho — essa coisa que move montanhas e é a mesma que o fez gostar “feito doido” de uma mulher, e a mesma que o levou a passar por porta tão estreita que dilacera a nudez; é uma coisa que em nós é tão intensa e límpida como uma grama perigosa de radium, essa coisa é um grão de vida que se for pisado se transforma em algo ameaçador — em amor pisado; essa coisa, que em Mineirinho se tornou punhal, é a mesma que em mim faz com que eu dê água a outro homem, não porque eu tenha água, mas porque, também eu, sei o que é sede; e também eu, que não me perdi, experimentei a perdição.

A justiça prévia, essa não me envergonharia. Já era tempo de, com ironia ou não, sermos mais divinos; se adivinhamos o que seria a bondade de Deus é porque adivinhamos em nós a bondade, aquela que vê o homem antes de ele ser um doente do crime. Continuo, porém, espe­rando que Deus seja o pai, quando sei que um homem pode ser o pai de outro homem.

E continuo a morar na casa fraca. Essa casa, cuja porta protetora eu tranco tão bem, essa casa não resistirá à primeira ventania que fará voar pelos ares uma porta tran­cada. Mas ela está de pé, e Mineirinho viveu por mim a raiva, enquanto eu tive calma.
Foi fuzilado na sua força desorientada, enquanto um deus fabricado no último instante abençoa às pressas a minha maldade organizada e a minha justiça estupidificada: o que sustenta as paredes de minha casa é a certeza de que sempre me justificarei, meus amigos não me justificarão, mas meus inimigos que são os meus cúmplices, esses me cumprimentarão; o que me sustenta é saber que sempre fabricarei um deus à imagem do que eu precisar para dormir tranquila e que outros furtivamente fingirão que esta­mos todos certos e que nada há a fazer.

Tudo isso, sim, pois somos os sonsos essenciais, baluartes de alguma coisa. E, sobretudo procurar não entender.

Porque quem entende desorganiza. Há alguma coisa em nós que desorganizaria tudo — uma coisa que entende. Essa coisa que fica muda diante do homem sem o gorro e sem os sapatos, e para tê-los ele roubou e matou; e fica muda diante do São Jorge de ouro e diamantes. Essa alguma coisa muito séria em mim fica ainda mais séria diante do homem metralhado. Essa alguma coisa é o assassino em mim? Não, é desespero em nós. Feito doidos, nós o conhecemos, a esse homem morto onde a grama de radium se incendiara. Mas só feito doidos, e não como sonsos, o conhecemos. É como doido que entro pela vida que tantas vezes não tem porta, e como doido com­preendo o que é perigoso compreender, e só como doido é que sinto o amor profundo, aquele que se confirma quando vejo que o radium se irradiará de qualquer modo, se não for pela confiança, pela esperança e pelo amor, então miseravelmente pela doente coragem de destruição. Se eu não fosse doido, eu seria oitocentos policiais com oitocentas metralhadoras, e esta seria a minha honorabilidade.

Até que viesse uma justiça um pouco mais doida. Uma que levasse em conta que todos temos que falar por um homem que se desesperou porque neste a fala humana já falhou, ele já é tão mudo que só o bruto grito desarticulado serve de sinalização.

Uma justiça prévia que se lembrasse de que nossa grande luta é a do medo, e que um homem que mata muito é porque teve muito medo. Sobretudo uma justiça que se olhasse a si própria, e que visse que nós todos, lama viva, somos escuros, e por isso nem mesmo a maldade de um homem pode ser entregue à maldade de outro homem: para que este não possa cometer livre e aprovadamente um crime de fuzilamento.

Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente. Não, não é que eu queira o sublime, nem as coisas que foram se tornando as palavras que me fazem dormir tranquila, mistura de perdão, de caridade vaga, nós que nos refugiamos no abstrato.

O que eu quero é muito mais áspero e mais difícil: quero o terreno.

O BLOGUEIRO:
Charles Nascimento - escritor caótico autor do livro ETERNO, sem qualquer compromisso com datas, odeia relógio e horários marcados aspirante a jornalista ou quem sabe enfermeiro, dividido por natureza, técnico em enfermagem nas horas vagas, odeia pessoas cem por cento decididas, afinal a dúvida faz parte da natureza humana. Amante de tudo que lhe faz culto, leitor voraz (claro) e apreciador (admirador) de tudo que Clarice Lispector escreveu, em tempos vagos prefere o silêncio do quarto e o som de curtas-metragens, ama um documentário e dorme enquanto assiste entrevistas de grandes pensadores, ouvir pessoas inteligentes a falar é sua principal motivação para continuar, amigos pra mim tem que ser mente aberta, odeia qualquer forma de preconceito ou discriminação, ditadura? Só em livros de história... Prazer, eu!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Somos todos psicopatas, um pouco aqui quiçá acolá.


texto: Charles Nascimento


E era tão bondoso, que de mal não lhe possuía nada.
E o que era ‘nada’ perto da amabilidade daquele homem?
Era triste, cavo e solitário, despovoado de alegrias humanas.
Não mentia, não sorria, não brincava...
Nem mesmo música aquele infeliz escutava.
Pergunto-me então, que raios de bondade ele carregava?
Um dia sem mais nem menos, resolveu por si só, não ajudar uma senhorinha a rua atravessar.
E por mais difícil que tenha sido para ele explicar, lhe sorriu.
Sorriu-lhe a maldade.
Ele então, berrou, gritou...
“Deve ser só um pouquinho psicopata”.
A boa notícia é que ele oscilou.
Brandiu, vibrou, balançou e seu radar moral
De repente se fragmentou.
E de uma hora para a outra, o homem que outrora bondoso, resolveu mentir e com isso uma pequena vantagem ganhou para si.
“A descoberta é intensa, interessante: Será que no fundo não estamos apenas querendo nos sentir melhor?”
Somos todos psicopatas, ou melhor, diga-me se és tu que fazes parte dos pouquíssimos cinco por cento da população em geral que são exemplos morais.
Ele oscila no meio termo, bem como tu oscilas.

Ele era feliz, mentia, sorria, brincava no limite da linha psicótica.



O BLOGUEIRO: Charles Nascimento - escritor caótico autor do livro ETERNO, sem qualquer compromisso com datas, odeia relógio e horários marcados aspirante a jornalista ou quem sabe enfermeiro, dividido por natureza, técnico em enfermagem nas horas vagas, odeia pessoas cem por cento decididas, afinal a dúvida faz parte da natureza humana. Amante de tudo que lhe faz culto, leitor voraz (claro) e apreciador (admirador) de tudo que Clarice Lispector escreveu, em tempos vagos prefere o silêncio do quarto e o som de curtas-metragens, ama um documentário e dorme enquanto assiste entrevistas de grandes pensadores, ouvir pessoas inteligentes a falar é sua principal motivação para continuar, amigos pra mim tem que ser mente aberta, odeia qualquer forma de preconceito ou discriminação, ditadura? Só em livros de história... Prazer, eu!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Vítima de tumor cerebral sobrevive motivada por músicas de Lady Gaga!

Você não leu errado!

Olá pessoas, hoje é segunda-feira e que tal começarmos a semana com uma notícia um tanto intrigante... Ela não é uma notícia exclusiva, tampouco é uma bomba, mas cá entre nós ela me deixou surpreso. Sempre gostei da Gaga desde Poker Face e Just Dance, fui acompanhando sua carreira álbum a álbum e algumas músicas dela estão sempre coladas ao meu fone de ouvido, por isso achei pertinente sairmos um pouquinho do tema “Livros” e falarmos um pouco sobre Avery Fournier e sua motivação para superar um grave problema... Vem comigo!


Matéria por RDT Lady Gaga

Uma fã sobrevivente de um tumor cerebral, chamada Avery Fournier, não pode enxergar nada que esteja 16 polegadas a frente de seu rosto. A mãe de Avery, Chris Fournier, revelou para o site “The Star” que é o seu maior desejo atualmente É que a filha conheça a diva do POP, cujas canções de autoaceitação ajudaram na recuperação da garota.
“Eu posso imaginar Lady Gaga caminhando na direção de Avery e Avery não conseguir identificar quem é até estar cara a cara com ela”, diz sua mãe.
“Eu fico arrepiada sempre. Isso é tudo que eu posso imaginar. E ela merece, depois de tudo o que passou.”
Avery e Gaga realmente se encontraram, a cantora até publicou uma foto em seu instagram! Imaginem a alegria da menina encontrando aquela que motivou suas forças para continuar a enfrentar seus medos.
Em momentos cruciais durante sua recuperação, Avery ficava com seus fones de ouvido e escutava suas músicas favoritas de Lady Gaga, entre elas “Donatella” e “Bad Romance”.

“Depois de sua cirurgia no hospital ela a ouvia o tempo todo, era sua motivação”, explica Fournier.
“Quando ela teve que tomar algumas medidas, não era eu incentivando, era Gaga. Eu não estou em seu ouvido”, disse Fournier com uma risada.
“Ela tem sido uma grande inspiração para o que ela teve que passar”, diz Fournier.
Avery também achou forças nas mensagens de auto-aceitação e anti-bullying de Lady Gaga com canções como “Born this Way”. Ela se esforça para se ajustar na escola, onde ela tem que ter coisas impressas em tamanho 40 para poder ver.
Fonte: The Star e POPlândia


Abraços e até a próxima! Bjs

terça-feira, 1 de julho de 2014

Demi Lovato - 365 dias do ano...

Staying Strong
Continuando forte, estando forte


Editora: Grupo editorial Record
Selo: Best Seller
Autora: Demi Lovato
Gênero: Autoestima, Técnicas de autoajuda
Tradução: Joana Faro
7ª Edição

Oi gente, tudo bem com vocês? (Ahh, banquei a Sabrina Satto agora) hoje é dia 1º de Julho de 2014 estamos mais próximos do fim do ano (O ano da Copa, das Eleições, das manifestações e das zueiras, afinal de contas estamos falando do BraZil), mas vamos falar do que realmente nos interessa?
#Livros, #Literatura!

O mês mal começou e eu já estou aqui para falar das minhas aquisições (para falar a verdade o livro que vos falo hoje foi comprado no finalzinho do mês passado, mas eu decidi falar dele como se fosse de julho, beleza?) DEMI LOVATO 365 DIAS DO ANO - STAYING STRONG um livro para qualquer tipo de pessoa, principalmente jovens dos 12 ao 25 anos? Não sei, não gosto de definir público para livro ainda mais quando o livro tem a missão não só de passar uma história, fictícia, mas dar técnicas de sobrevivência por assim dizer, como é o caso de Staying Strong.

Para a megaestrela Demi Lovato, a vida tem sido uma jornada - de conquistas impressionantes e perdas arrebatadoras. Cantora recordista de vendas, apresentadora de TV e atriz, ela enfrentou batalhas como a depressão e a dependência, tudo isso sem desistir de encontrar a felicidade e a si mesma. Demi compartilhou sua trajetória na mídia, nas letras de suas músicas e para seus 17 milhões de seguidores no Twitter. Esses tweets resultaram neste livro, uma obra em 365 insights honestos, esperançosos e impactantes. Aqui estão, nas próprias palavras de Demi, as citações que a inspiraram, assim como suas reflexões pessoais e seus objetivos. Livro - Demi Lovato: 365 Dias Do Ano é para todos, em qualquer lugar, que precisem de conforto, inspiração e um motivo a cada dia para serem fortes em sua própria trajetória. 

O livro não tem capítulos, é dividido em 12 meses cada mês contendo os dias relativos a eles, por exemplo, no dia 1º de Julho há a seguinte citação:


Logo abaixo há as palavras da Demi, sua reflexão em relação a esse pensamento e logo abaixo o objetivo para este dia, por exemplo o dia 1º de Janeiro: Para este novo ano, crie um mantra que seja só seu. Todos os dias, olhe-se no espelho e o repita para si mesmo.

Nestes mesmos moldes é formado todo o restante do livro.

Ele tem citações para cada dia do ano. Com qual objetivo, ora bolas? Simplesmente você ter um pensamento motivacional para enfrentar mais um dia de sua vida que imagino eu não seja tão fácil como gostaríamos, lendo pela manhã temos o restante do dia para pensarmos e colocarmos o objetivo em prática, o que não significa que não pode ser lido em outros horários isso depende somente de você.

O livro também é muito bom para quem não tem o hábito de leitura enraizado, ou seja, como cada dia é composto por pensamentos, e algumas poucas outras palavras é muito fácil você conseguir lê-lo por completo em poucos dias (o que vai lhe dar um grato sentimento de realização, afinal de contas é muito bom chegar ao final de um livro).


A cada mês vai aumentando o número de pássaros da tatuagem da Demi, no mês de janeiro há somente um até que em dezembro completa os doze que há na capa.

Use o livro como Diário, use os espaços em branco para falar sobre o seu dia, afinal, ele vai durar um ano!

Essa é minha dica de leitura para o mês de Julho, se gostou compartilhe, me ajude divulgando o blog e assim  novas matérias continuarão surgindo por aqui... Para conhecer mais sobre a vida e a carreira da Demi procure a Wikipédia ou acesse pelo link clicando AQUI



Abraços com letras,
Até a próxima...

                                                                                                          O blogueiro:
Charles Nascimento - escritor caótico autor do livro ETERNO, sem qualquer compromisso com datas, odeia relógio e horários marcados aspirante a jornalista ou quem sabe enfermeiro, dividido por natureza, técnico em enfermagem nas horas vagas, odeia pessoas cem por cento decididas, afinal a dúvida faz parte da natureza humana. Amante de tudo que lhe faz culto, leitor voraz (claro) e apreciador (admirador) de tudo que Clarice Lispector escreveu, em tempos vagos prefere o silêncio do quarto e o som de curtas-metragens, ama um documentário e dorme enquanto assiste entrevistas de grandes pensadores, ouvir pessoas inteligentes a falar é sua principal motivação para continuar, amigos pra mim tem que ser mente aberta, odeia qualquer forma de preconceito ou discriminação, ditadura? Só em livros de história... Prazer, eu!