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segunda-feira, 21 de abril de 2014

então eu li... UMA HERANÇA DE AMOR – QUANDO O FIM PODE SER O COMEÇO

“Errou a mão” foi à primeira coisa que pensei assim que concluí o terceiro capítulo do livro.
Como leitor eu estava acostumado com o ritmo frenético e acontecimentos em cima de acontecimentos do livro A Bandeja – Qual pecado te seduz? da mesma autora, Lycia Barros, e a forma lenta com que o livro começava a narrativa 'poética' não me agradava, não engrenava... não é que o livro estivesse mal escrito ou algo do tipo, simplesmente problemas com a narrativa mais lenta e romântica, resolvi então colocá-lo um pouco de lado, às vezes o momento não é tão propício e a leitura acaba não nos agradando, feito isso, após me afundar em distopias e algumas biografias, outros livros YA já estava com saudade de um bom romance nacional e o primeiro livro que me veio a mente foi justamente UMA HERANÇA DE AMOR – QUANDO O FIM PODE SER O COMEÇO e quer saber de verdade o que eu achei? #VemComigo



Autora: Lycia Barros
Editora: Ágape
Ano: 2012
Gênero: romance
Páginas: 314
Temas: romance / literatura Brasileira

Amanda é uma jovem de 23 anos que foi criada pela avó materna no Rio de Janeiro. Amanda passou a vida inteira com um grande vazio em relação à lembrança dos pais. Devido a esse hiato de memória, ela atravessou um período de revolta na adolescência, onde trouxe grandes aborrecimentos a sua tutora, que infelizmente acabara de falecer, devido a um súbito câncer. Em seu testamento, a avó pede que Amanda encontre-se com a mãe e permaneça ao lado dela durante trinta dias antes que tome posse de sua herança. E, em homenagem a figura materna que a mesma representou, muito a contra gosto, a neta a obedece. Porém, a única coisa que Amanda sabe sobre a mãe, é que ela era uma alcoólatra e que por isso passou muito tempo vivendo em uma clínica de recuperação. Sobre o pai, Amanda só sabe que o mesmo está morto. Nesse reencontro turbulento, muitas coisas irão acontecer. Em choque, Amanda reencontrará sua mãe recuperada, morando no pequeno município de São Lourenço e vivendo com sua nova família. Profundamente magoada, Amanda desejará descobrir por que nunca foi procurada por ela. E, para piorar, se apaixonará por um homem que poderá mudar todos os planos que ela havia traçado. 

Será que Amanda conseguirá conhecer o poder libertador do perdão?

O livro é emocionante daqueles que a cada página faz com que você pense em sua própria vida e como fazer para melhorá-la, a narrativa flui de forma fácil sem tropeços e a história segue harmônica do começo ao fim.

Durante a leitura desse livro (pela segunda vez nos livros da Lycia) não foram os protagonistas que me chamaram a atenção (no livro A Bandeja, por exemplo, Rico ganhou todo o destaque do romance, ele pra mim é o personagem x da questão) em uma Herança de Amor, os irmãos Rafael e Ivy foram ganhando cada vez mais e mais espaço em minha cabeça e durante a leitura eu ia desejando cada vez mais as suas cenas. Rafael é irmão de Adam (o protagonista masculino) livre, bem-humorado ele tem todos os atributos que um personagem precisa para ir quebrando o gelo da história central que é sempre cercada de muito drama e ele consegue carregar a carga ao lado de Ivy a caçula da família.

Lycia Barros - a autora
Amanda é uma personagem marrenta, como leitor eu tive vontade de dar uns bons tapas nela em boa parte da leitura (risos), mas no fundo ela é só uma pessoa sozinha que precisava de uma família, Adam por sua vez é um homem ainda mais solitário, ficou assim após alguns acontecimentos importantes (que não serei eu que vou contar / risos), ele é bruto, grosso e não tem papas na língua.

Enfim embora tenha parado a leitura e retornado posteriormente não me arrependo, a história é ótima, Lycia é uma verdadeira joia para a nossa literatura. Dei 4 estrelinhas para o livro no skoob e aqui no blog ele  também leva 4 estrelas J

Obrigado por vim até aqui!!

Até a próxima...

sábado, 5 de abril de 2014

então eu li... A HORA DA ESTRELA




 

 
“A HORA DA ESTRELA é a história de uma moça tão pobre que só comia cachorro quente, mas a história não é só isso não, a história é de uma inocência pisada, de uma miséria anônima. O cenário dessa história é Rio de Janeiro, mas o personagem é Nordestino, é de Alagoas”.
– Clarice Lispector em entrevista ao programa Panorama.



 
Autora: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Ano: 1977
Gênero: romance
Temas: é um romance sobre o desamparo a que, apesar do consolo da linguagem, todos estamos entregue. – José Castello, jornalista, escritor.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragens onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Página 44

A HORA DA ESTRELA não é qualquer romance, é uma história um tanto profunda, quanto complexa contada de uma maneira simples ao mesmo tempo densa, intensa. Clarice diferente de outros livros vomita tudo aquilo que estava preso em sua garganta por meses ou anos nas poucas e maravilhosas páginas do livro.

Foram menos de 4 horas de leitura, mas a sensação que o livro nos deixa após o seu término é um verdadeiro misto de revolta, compaixão e uma profunda queixa contra a sociedade. Clarice usa um narrador masculino no livro, Rodrigo S. M, mas nem mesmo assim ela consegue afastar seu desabafo das páginas recheadas de uma boa história.

Eu morei em Recife, conta Clarice quando perguntada onde foi buscar referências para seu livro, eu morei no Nordeste eu me criei no Nordeste e depois no Rio de Janeiro tem uma feira dos Nordestinos no campo de São Cristovão e uma vez eu fui lá e peguei o ar meio perdido do Nordestino no Rio de Janeiro, daí começou a nascer à ideia.

Tão profundo e ao mesmo tempo simplório assim eu consigo/tento definir a linguagem de Clarice nesse livro, ela não se considerava uma escritora profissional, gostava de ser amadora e talvez fora esse pensamento que fez com que seus livros fossem essas obras únicas que são.

Sinopse:

A nordestina Macabéa, a protagonista do livro é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio de Janeiro, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada Macabéa fica por fim sabendo que seu futuro será luminoso, bem diferente do que a espera.


 Há alguns dias venho estudando mais e mais Clarice Lispector e suas obras, e talvez por isso tenha estado cada vez mais apaixonado, extasiado por essa mulher.

E esse é um daqueles livros que eu não consigo expressar com palavras o quão bom ele é, por isso por meio de quotes deixo que ele mesmo fale por si só, claro que ele leva Cinco estrelinhas do blog e vai aqui um SUPER-RECOMENDO a todos!

“Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever”.
- Página 11

“Pensar é um ato. Sentir é um fato.”
- Página 11

O definível está me cansando um pouco. Prefiro a verdade que há no prenúncio.
 - Página 30